Cuiabá passava por momentos críticos quando ouvi e li uma declaração do atual prefeito da capital que se preparava para receber o maior presente de grego de sua vida, uma cidade com toneladas de lixo pelas ruas, com buracos que impediam seus cidadãos de se deslocar, com falta de água em milhares de lares e outros problemas insolucionáveis, dizendo que se sentiria “orgulhoso” em dar continuidade na “administração” de seu antecessor.
Eu que jamais tinha visto o sr. Chico Galindo ao vivo, tive a coragem de escrever um artigo com o título “Não dê Chico”, aconselhando o então vice-prefeito a não dar continuidade em uma coisa que, a meu ver, ao menos tinha começado, que era uma administração digna de uma capital de Estado.
Conversando com amigos neste final de semana, todos estavam boquiabertos ao ver os índices de rejeição enfrentada pelo sr. Chico Galindo divulgada por uma pesquisa dias atrás.
O Chico que coletou o lixou deixado por outros, o Chico que tapou os buracos deixados por outros, o Chico que tenta resolver o problema da falta de água deixado por outros, serão estes os motivos desse ódio doentio que o cuiabano tem por ele?
Sem responder a ninguém, seo Chico Galindo, como um bom boxer, assimila os injustos golpes a ele atribuídos, todos o acusando de ser o Nero que colocou fogo na cidade. Todo infortúnio da cidade parece ser culpa sua. Ah, dá licença!
Essa rejeição tem que ser direcionada a quem deixou a cidade ao léu, se candidato for, porém o eleitor “esquecido” talvez lhe outorgue um novo mandato.
Cuiabá estava envolta em uma máscara cadavérica desfilando faceiramente para seus munícipes. Sabia o sr. Chico que tirá-la para transformá-la em uma bela senhora pelo adiantado estado de putrefação em que se encontrava não seria tarefa fácil.
O ódio que esses “pesquisados” demonstraram nessa pesquisa do sr. Chico Galindo é dele mesmo ou ainda sentem o “perfume” da ave que estava no poder?
Imputar ao sr. Chico Galindo a tragédia dos buracos, a tragédia da saúde (depois da ‘maior reforma do século’ no pronto-socorro municipal), a tragédia da falta de água nos lares da população (após a construção da ‘mega’ ETA Tijucal) e a tragédia das toneladas de lixo esparramadas pelas ruas da cidade é uma injustiça!
Vi o pátio da Secretaria de obras da prefeitura no governo passado (ali, ao lado do parque de exposição), e contei uma patrol esfarrapada, dois caminhões que pareciam ter chegado da guerra do Iraque, umas manilhas quebradas e uma marcenaria às moscas com suas máquinas apodrecendo.
Convido-os a passarem por lá hoje e ver a movimentação de máquinas e caminhões novos e a marcenaria funcionando. Por acaso foi o Chico que deixou esse pátio na situação de miserabilidade em que se encontrava? Ah dá licença!
Esse negócio de resolver o problema da água só com os recursos da prefeitura é conversa de véspera de eleição. Será que você vai acreditar nisso e achar que vão resolver? Já disseram isso outras vezes, lembra-se?
Ah, gente, sejamos justos, sem paixão por A ou B. Em que o Chico pode ser responsabilizado pela tragédia por que a cidade passou?
Só por ser o companheiro de chapa no passado?
Tem sentido esse ódio doentio por ele?
É um preço caro que o sr. Chico Galindo paga hoje por ter um dia passado perto do ninho.
*EDUARDO PÓVOAS – cidadão cuiabano
povoas@terra.com.br
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