A pouco mais de uma semana para encerrar sua passagem de 30 dias pela Câmara de Cuiabá, Hermes da Silva Filho, o Carioca (PDT), terceiro suplente da coligação, lança projeto de lei que deixar transparecer, no mínimo, o desejo de legislar em causa própria. Com gritos de apoio de líderes comunitários que lotavam a galeria, o parlamentar defendeu a proposta que estipula salário de R$ 1,5 mil para presidentes de bairro.
Carioca já exerceu o posto no Parque Cuiabá, após se aposentar na Polícia Civil. Ele diz que, sem remuneração alguma, os líderes comunitários chegam a trabalhar mais que os próprios parlamentares. “Um vereador vem à Câmara duas vezes por semana e depois vai cuidar de seus assuntos, nem conhece a realidade dos bairros. Quem vive com a comunidade diariamente são os presidentes de bairro, procurados a todo momento para resolver os problemas”, desabafa.
Pelo projeto, os vereadores teriam que tirar 5% de sua remuneração mensal para contribuir no pagamento dos presidentes. Ele também sugere que uma porcentagem saia das contribuições tributárias sobre a iluminação pública. “Os vereadores aumentaram em 12% o salário, o que são 5%?” questiona. Por ser um ano eleitoral, o pedetista acredita que conta com o apoio maciço dos colegas, mesmo quando deixar a cadeira de vereador, que volta a ser ocupada pelo titular Adevair Cabral (PDT), em 9 de março. Da tribuna, ele disse olhando para os líderes comunitários. “Vocês fiquem de olho nos vereadores que são contra”.
Segundo ele, se a prefeitura pode criar secretarias para ser “cabide de emprego”, também pode pagar o salário dos presidentes. Em Cuiabá, passa de 200 o número de representantes das comunidades. Se cada um ganhar o sugerido por Carioca, o impacto orçamentário seria superior a R$ 300 mil.
Resistência
O vereador Edivá Alves (PSD) afirma que a proposta é inconstitucional. Para ele, o que pode ser feito é o que chama de suplemento de fundos para que a prefeitura custeie as despesas da comunidade e dos locais onde os presidentes trabalham. “Basta a prefeitura ter esse interesse”, disse o social-democrata aoRDTV. Domingos Sávio (PMDB), por sua vez, disse que vai esperar um parecer da Comissão de Constituição e Justiça para manifestar seu posicionamento.
fonte:rdnews.com.br
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