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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Com a segurança no caos, pessoas pedem "socorro" e apelam para o armamento

José Ribamar Trindade
Especial para o 24 Horas News


A avalanche de casos de roubos está deixando a população de Cuiabá em um clima insuportável. E o “terror” dos bandidos está provocando cada vez mais a revolta, principalmente das vítimas. Algumas já falam abertamente. Outras se expressam com faixas e cartazes pedindo socorro. Outras imploram até pelo amor de Deus para que os bandidos se afastem e apontam para uma segurança no caos. Vítimas ou não, rezam para que a Polícia e a Justiça façam alguma coisa. São casas e agora até apartamentos invadidos.

Banco sofre ação de criminosos no interior
"Novo cangaço" está operando há anos em todo Estado
 
O caos na segurança pública parece não ter mais limites para chegar ao fim em Mato Grosso. Caixas eletrônicos explodidos com dinamites,  empresas que sofrem constantes assaltos à mão armada, casas rombadas, famílias reféns, na maioria das vezes, com casos de estupro de mulheres. Detalhe: tudo isso acontece tanto no centro como na periferia da cidade, vai de bairro de classe social humilde até as grandes mansões em bairros de classe A.  Algumas delas  invadidas mais de uma vez, deixando famílias inteiras traumatizadas.
São lojas comerciais como joalheiras, óticas, confecções, calçados, supermercados: grande e pequenos. São farmácias, postos de combustíveis lanchonetes, restaurante e, principalmente caixas eletrônicos e agências bancárias. São “saidinhas de bancos e são assaltos a coletivos. A revolta da sociedade é tão grande, que alguns empresários e comerciantes já penam em voltar a se armar.
O desespero é tamanho que um dos mais renomados empresário de Cuiabá, José Carlos Biancardini Jorge, o “Cacalo”,  dono de peixarias em Cuiabá foi bem claro: “Gente, vamos nos armar - exortou. "Não temos segurança.Quando a Polícia prende a Justiça solta”.
Audaciosos e conscientes de que as Polícias Civil e Militar não tem o contingente que deveria ter, e por conseqüência coloca nas ruas apenas menos de 20% dos homens que deveria colocar, os bandidos aterrorizam e agora fecham empresas. O Hiper Modelo, localizado numa das mais movimentadas artérias de Cuiabá, como a Avenida Miguel Sutil, quando vai para os ares.
As bananas de dinamites causaram tanto estrago ue derrubou algumas vidraças com a explosão de dois caixas eletrônicos na madrugada desta terça-feira (17): Bradesco e Santander. DE quebra o supermercado teve que fechar suas portas por mais de uma hora, até que a situação fosse normalizada.
“Tá difícil se viver em Cuiabá. Todos os dias os bandidos usam e abusam de assaltos violentos. Invadem residências, Espancam, matam e até estuprar as vítimas, sem contar eu as pessoas, principalmente aquela que como eu já viveram o drama de um assalto, que além da violência de uma arma encostada na cabeça, e da humilhação, as  vítimas ainda ficam traumatizadas, algumas até pelo resto da vida. A gente chora e grita, mas o Governo não está nem. Pelo amor de Deus, alguém nos ajude”, desabafou uma empresária de 48 anos.
Dentro de uma realidade nunca vista em Cuiabá, as pessoas lembram que a violência ganhou novos contornos e chegou ao interior, do Estado, principalmente as cidades consideradas pólos e as mais desenvolvidas. Cidades onde corre mais dinheiro, mas onde os bandidos também encontram ainda mais facilidade para agir devido a carência ainda maior de policiais civis e militares.
Um empresário que pediu para não ser identificado jogou duro ao mostrar uma realidade que muita gente ainda desconhece, mas segundo ele, as autoridades, principalmente as que são responsáveis pela segurança do Estado, sabem, mas fazem de conta que não sabem.
“Mato Grosso virou um cangaço só. Os bandidos não tem dia nem hora para agir. As autoridades parecem que foram paradas com um gás paralisante. E ainda estão que se esquecem que no ano passado os bandidos mataram 28 pessoas inocentes durante assaltos. Isso é recorde de violência para duas cidades que ainda não chegaram a um milhão de habitantes juntas. Isso um absurdo, uma vergonha para um Estado que se candidatou e vai receber uma Copa do Mundo. Não temos segurança, e sem segurança os turistas não vem por sabe,m que correm o risco de levar um tiro”, alerta o empresário.
O estudante de Direito P.R., de 28 anos, vai ainda mais longe em relação a falta de segurança, não apenas em Cuiabá e Várzea Grande, mas em todas as cidades de Mato Grosso. Para o futuro advogado que já chegou a fazer estágio em uma Delegacia de Polícia Civil,se o Governo não contratar policiais civis e militares com urgência, a violência vai continuar subindo, podendo chegar ao limite do insuportável.
“Eu conheço muito bem a carência de policiais, tanto da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar. Quando o Governo contra 500 policiais, por exemplo, outros 500 estão deixando a corporação, ou por morto, ou por aposenta, ou para por alguma doença e nunca mais volta. Ou seja, ao invés de aumentar, o contingente baixa e a carência continua a mesma. O correto é contratar, pelo menos dez mil policiais militares de uma vez, e deixar outros dez mil na fila para futuras incorporações. Ou seja, vai saindo um vai entrando outro para que as coisas não voltem à estaca zero”, analisa o universitário.
 

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