Laura Nabuco
As denúncias de ameaça de morte feitas pelos vereadores tucanos Antônio Fernandes e Lueci Ramos devem chegar à secretaria estadual de Segurança Pública e aos Ministérios Públicos Estadual e Federal. Conforme o presidente da Câmara de Cuiabá, Júlio Pinheiro (PTB), os ofícios foram encaminhados nesta terça (6). "Tem que ser esclarecido para que reste dúvida de quem está acusando quem", analisa Pinheiro. O petebista lamentou as ameaças relatadas e disse que vai sentar com todos os vereadores para tentar acalmar os ânimos. "É muito ruim. Começamos uma gestão tranquila e agora o clima está acirrado", avalia. A preocupação do petebista se deve ao fato de Fernandes ter afirmado em plenário que a ameaça que recebeu por telefone partiu de um homem que se identificou como funcionário do também vereador Deucimar Silva (PP).
Apesar de tomar as providências para que o episódio seja investigado, Pinheiro disse não acreditar que o progressista esteja envolvido nas ameaças. "Há pessoas maldosas, que podem até ter usado indevidamente o nome do Deucimar", ponderou. Visivelmente assustado, o próprio Fernandes disse que não quer acusar o colega. Deucimar também se defendeu e chegou a oferecer segurança ao tucano. "O senhor pode contrar quantos seguranças de sua confiança quiser que eu mesmo pago", reagiu.
Segundo Fernandes, as ameaças partiram de um telefone público no bairro Paiaguás II. Na terça, minutos antes da sessão, ele disse ter recebido outra ligação, desta vez em seu gabinete. "Era um homem com uma voz modificada perguntando por mim, segundo a secretária", relatou. Já Lueci disse ter recebido ligações em sua casa. "Mandaram recado dizendo para eu parar de mexer com a vida dos outros porque senão vão botar fogo na minha casa com a minha família dentro", contou.
Embora evite cogitar de quem teria partido as ameaças, a tucana disse que o número do celular registrado em seu telefone é o mesmo que tem enviado mensagens a Fernandes. Ambos já registraram boletim de ocorrência e atribuem o fato a questões ligadas à atuação na Câmara.
Os dois foram os principais opositores de Deucimar à época em que o progressista esteve à frente da Mesa Diretora. Também foram os únicos parlamentares a participar da sessão especial realizada na última sexta (2) com o tema de combate à corrupção. Na ocasião, o nome de Deucimar foi lembrado devido à reprovação de suas contas de gestão pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) por suposto superfaturamento na obra de reforma do telhado da sede do Legislativo.
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