Adriano Campos foi executado por segurança dentro de agência da instituição, em Cuiabá
MidiaNews/Reprodução
Stephania de Campos: Itaú envia mensagens de cobrança ao pai Adriano (dest.) até pelo celular
KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
A empresária Stephania de Campos Maryssael, 32, proprietária do Restaurante Adriano, que leva o nome de seu pai, Adriano Henrique Maryssael de Campos, morto a tiros, dentro de uma agência do Banco Itaú, em Cuiabá, se mostrou indignada com a postura da instituição financeira.
Ela revelou que o banco fez várias cobranças, a ela e ao esposo, relacionadas a uma conta de pessoa jurídica, que era movimentada pelo seu pai.
Adriano foi morto a tiros no dia 21 de junho deste ano, por Alexsandro Abílio de Farias, 28, que fazia a segurança da agência do próprio Itaú, na Avenida Carmindo de Campos, em Cuiabá, onde o empresário tinha conta corrente.
"Estamos passando por várias dificuldades e, para aumentar nosso sofrimento, o Banco Itaú teve a capacidade de nos importunar, cobrando pendências na conta corrente que meu pai movimentava. Ele foi morto dentro de uma agência do Itaú, por uma pessoa que o banco contratou para dar segurança aos clientes. Esse fato demonstra o total descaso da instituição para com seus clientes. Não tomamos conhecimento da situação em que a conta se encontra, pois tudo isso será resolvido em juízo. Depois que mataram meu pai, dentro da agência, eu nunca mais coloquei meus pés lá", disse a empresária.
Stephania explicou que as cobranças foram feitas por mensagens de texto, enviadas via iPhone, e também por ligações nos telefones comercial e celular. As cobranças só cessaram após o esposo de Stephania, o empresário Jader Eduardo Alves, ter perdido a paciência com um atendente, que ligou em uma tarde de sábado.
"Tem uns 15 dias que o banco parou de ligar. Só pararam porque eu fui bem ríspido com um atendente e disse, mais uma vez, que meu sogro tinha sido executado dentro do Itaú, pelo segurança. Chegaram a nos ligar em um sábado. É uma completa falta de decência", relatou o empresário.
Outra queixa do casal é com relação à omissão do banco, que teria negligenciado em relação às reclamações de Adriano, que denunciou à gerência que era constantemente barrado na porta giratória.
"Meu pai era cliente há mais de 25 anos daquela agência. Ele reclamou que era perseguido, que o segurança trancava a porta de propósito. Não fizeram nada. Acredito que tenham advertido o segurança, e revelado que meu pai reclamou. Por vingança, ele premeditou tudo e assassinou meu pai", disse Stephania.
Danos morais e materiais
O advogado Flávio Bertin, contratado pela família de Adriano, acionou o Itaú por danos morais e materiais. ComoMidiaNews revelou, a ação foi protocolada no Fórum de Cuiabá, no último dia 2, e está no juízo da 14ª Vara Cível da Capital.
Uma das principais motivações da ação, segundo Bertin, é a reparação material da família do empresário, que, segundo ele, entrou em crise financeira após seu falecimento.
"Até o momento, os únicos penalizados com o assassinato são os familiares do Adriano, que entraram em crise financeira, tendo, inclusive, que fechar o restaurante que possuíam no Goiabeiras Shopping Center. Além do mais, o sofrimento emocional nunca poderá ser reparado", afirmou o advogado.
"A única punição que o banco entende é a perda de dinheiro. Queremos que, realmente, eles sintam no bolso a morte de Adriano. A indenização não devolve vidas, não há como mensurar o valor de uma vida. Porém, quando os bancos começarem a ter prejuízos com ações indenizatórias, de valor alto, talvez comecem a mudar a política da empresa", disse Bertin.
Morte na agência
A morte do empresário Adriano de Campos chocou profundamente a sociedade cuiabana.
Ele foi executado com três tiros à queima-roupa, no dia 21 de junho deste ano, dentro da agência do Itaú, na Avenida Carmindo de Campos, região do Coxipó.
Assim que atirou contra o empresário, o segurança Alexsandro Abílio roubou uma moto e fugiu do local do crime.
Ele ficou escondido por cerca de uma semana e se apresentou, acompanhado de dois advogados, após ter passado o período de flagrante, usufruindo do benefício de responder em liberdade, por possuir residência fixa, telefone e não haver ações criminais em seu nome.
Alexsandro disse, em depoimento, que estava sendo vítima de discriminação por parte do empresário, cliente da agência, e que sempre era insultado. O motivo seria a porta giratória, na qual o empresário, de vez em quando, ficava retido.
O vigia queixou-se que fez diversas reclamações à gerência do banco, tanto pelo problema da porta como também por parte do empresário, que o tacharia de "preguiçoso" e "lento", quando o equipamento travava.
O empresário Adriano era proprietário do restaurante que leva o seu nome. O estabelecimento, especializado em comida italiana, fica na Avenida Getúlio Vargas e é um dos mais tradicionais da cidade.
Outro lado
A assessoria de imprensa do Banco taú disse ao MidiaNews que a direção vai apurar o ocorrido e adotará as providências necessárias.
Veja umas das mensagens de texto enviadas pelo Banco Itaú :
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Família de empresário reclama de cobrança do banco
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