Carlos Orione, há 35 anos na FMF, recebe em 26 de maio a visita do presidente da CBF José Maria Marin, de quem diz ser amigo
Aos 76 anos, Carlos Orione está longe de pendurar as chuteiras como presidente da Federação Mato-Grossense de Futebol. Há 35 anos ele preside a entidade e, com a saída do comando da CBF de Ricardo Teixeira, de quem é amigo pessoal, muitos acreditavam que Orione também fosse ficar desestimulado e entregar o cargo. O que se vê é o contrário. O velho cartola agora enche o peito para dizer que é "muito mais amigo e de longa data" do novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol José Maria Marin do que do próprio Teixeira. Tem mais. Orione já o convidou para uma reunião em Cuiabá. Ex-governador de São Paulo, após ser eleito como vice de Paulo Maluf, José Maria, com 79 anos, respondeu sim ao convite de Orione e vai estar na capital mato-grossense em 26 de maio, com pretexto de comemorar os 70 anos de fundação da FMF. Os três juntos (Orione, Marin e a FMF) somam 304 anos.
Antes de deixar a CBF, sob acusação de corrupção, Ricardo Teixeira baixou portaria, prorrogando o mandato em mais um ano dos presidentes de federações de Estados que vão sediar a Copa-2014. Cuiabá está entre as 12 capitais escolhidas, logo Orione, ao invés de concluir a "eterna" gestão de quatro mandatos e que chegará os 37 anos de gestão em 2014, seguirá no comando da FMF até 2015. O vice João Carlos não está tendo a mesma sorte de Marin, que virou presidente com a renúncia de Teixeira.
Mas, por que o cartola não deixa a presidência da Federação? A explicação é simples. Ele controla uma entidade que, sem alarde, movimenta uma "mina" de dinheiro, embora acumule dívidas milionárias por má gestão. Com cerca de 15 funcionários, a FMF conta com orçamento superior a de muitas prefeituras. Tem direito a 15% das rendas dos jogos, arrecada com taxa de transferência de jogadores nas negociações com outros Estados e recebe repasses tanto da CBF quanto do governo estadual, que tem liberado a cada ano R$ 2 milhões para serem divididos entre os 10 clubes e parte desse dinheiro fica com a FMF.
Orione se tornou uma figura amada e odiada. Muitos culpam-no pela decadência do futebol regional e vê ingerência na FMF. A cada eleição ele manobra de tal modo que anula a oposição e "consegue" apoio da maioria de dirigentes de clubes para sua recondução no cargo. Usa como trunfo o fato de possuir relações de amizade, antes com Ricardo Teixeira e, agora, com José Maria Marin.
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