Redação
Cuiabá tem o pior indicador de gestão fiscal do país entre as capitais, conforme o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) elaborado pela primeira vez pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.
Os indicadores foram divulgados nesta semana exclusivamente para os veículos de comunicação. Conforme o estudo, a capital de Mato Grosso também é a última entre as sete que receberam as piores notas, sendo a única a receber conceito D (Gestão Crítica), classificando a administração da área fiscal como precária.
A capital mato-grossense saiu de uma situação fiscal difícil (conceito C) para uma situação crítica (D), recuando 18,4% entre 2006 e 2010. Esse resultado coloca Cuiabá no 4.420° lugar no ranking nacional de municípios da Firjan, e em 131º entre todas as cidades do Estado. Durante o estudo, foram avaliadas 26 capitais, destas apenas 19 foram bem classificadas. Destas apenas três receberam conceito A. São elas: Porto Velho (RO), Vitória (ES) e Porto Alegre (RS).
O indicador, divulgado esta semana, leva em consideração cinco quesitos: Receita própria, que refere-se à capacidade de arrecadação do município; gasto com o pessoal, que representa quanto o município gasta com pagamento do pessoal; liquidez, responsável por verificar a relação entre o total de restos a pagar acumulados no ano e os ativos financeiros para cobri-los no exercício seguinte; investimentos, que acompanha o total de investimentos em relação à receita líquida, e, por último, custo da dívida, que avalia o comprometimento do orçamentoorçamento com o pagamento de juros e amortizações de empréstimos contraídos em exercícios anteriores. Esses, quando analisados, recebem uma classificação geral; A (Gestão de Excelência), B (Boa Gestão), C (Gestão em Dificuldade) e D (Gestão Crítica). O período analisado no levantamento traz dados de 2010 e informações comparativas com os anos de 2006 até 2009. Para elaborar o indicador, a Firjan usou como base dados do Finbra, um relatório que traz informações sobre despesas e receitas de cada município brasileiro, divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional. Os números são repassados ao Finbra pela própria administração municipal. A análise das contas públicas da capital, segundo a Firjan, revelou um quadro de elevado custo de endividamento, 2,2 vezes mais do que média das capitais e um significativo comprometimento com restos a pagar em 2010, equivalente a 1,5 vezes o ativo financeiro.
Na opinião do presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Cuiabá, Paulo Gasparoto, a classificação da capital não é nenhuma surpresa. “Nós estamos vivendo os piores anos da cidade, graças a uma péssima gestão dos recursos públicos que se estende há anos e cada vez fica pior”, afirma.
Conforme o economista, Manuel Marta, não só a má gestão pública tem contribuido para os índices revelados, como também a questão política que envolve a capital. De acordo com ele, a administração como um todo se preocupa muito mais com políticas de promoção, do que com o que realmente traz resultados à sociedade. “Você junta esse dois fatores e chega ao caos que estamos vivendo. É o pior em quarenta anos que moro aqui”, conclui ele.
OUTRO LADO
A prefeitura de Cuiabá foi procurada para se posicionar sobre o assunto, porém, segundo sua assessoria de imprensa, que só irá se pronunciar sobre o resultado do índice Firjan quando tiver acesso aos critérios técnicos e metodológicos do estudo.
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