Valérya Próspero
Os vereadores Deucimar Silva (PP) e Antônio Fernandes (PSDB) trocaram farpas durante a sessão desta quinta (29). Tudo começou quando o tucano usou a tribuna para pedir, em nome da bancada do PSDB, à CPI que investiga o superfaturamento no telhado da Câmara mais austeridade em suas ações e que o proprietário da empresa responsável pela execução da obra, Alexandre Simplício, seja obrigado a comparecer para depor, ainda que com ajuda de força policial.Fernandes cobrou ainda que a CPI aponte o responsável pela liberação do valor pago a mais pela obra e que o obrigue a devolver o recurso aos cofres do Legislativo. Deucimar, presidente da Câmara à época da reforma, se doeu com as declarações, por se sentir julgado pelo colega.
O progressista disse "estar de saco cheio" das indiretas do tucano e que o parlamentar não teria moral para fazer tais afirmações. “Você também é responsável por essa Casa. Pare com indireta. Não existe nada contra mim. Eu pago R$ 10 mil para quem encontrar algo que prove minha culpa”, disparou.
Para completar a confusão, Fernandes pediu tréplica. A solicitação acabou resultando numa discussão sobre o regimento interno que mobilizou todos os parlamentares. A dúvida era se ele poderia ou não revidar. Diante do verdadeiro caos que se formou, o presidente da Mesa, Arnaldo Penha (PMDB), permitiu a fala de Fernandes. O tucano aproveitou para provocar ainda mais Deucimar. Ele "lembrou" aos colegas o aviso que teria feito, ainda durante a gestão do progressista, sobre a falta de transparência nos trâmites da Câmara. Disse ainda ter protocolado documentos requerendo explicações, mas que nunca foi atendido. “Eu protocolei vários requerimentos. Se alguém esqueceu não é problema meu”, disse rimando e arrancando risos dos presentes.
Fernandes também criticou a centralização dos recursos do Legislativo na presidência. Segundo ele, nenhum parlamentar tem acesso a prestação de contas e, quando há projetos com o intuito de mudar esse quadro, todos são arquivados. Ao falar com o RDNews, o tucano afirmou que tanto ele, quanto o vereador Lúdio Cabral (PT), encaminharam propostas solicitando que todos os gastos fossem publicados, mas até hoje a matéria não foi a plenário.
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