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quinta-feira, 29 de março de 2012

Cuiabá:Politica:Cuiabá:Deucimar Silva (PP) :Circe rechaça afirmação de Izanete e contradiz versão de engenheiro


    Acusada de induzir Izanete Gomes Silva a assumir a presidência da comissão de licitação para reforma da Câmara Municipal, a ex-secretária de Finanças do Legislativo, Circe da Guia Medeiros Couto, afirmou que não “pôs a faca no pescoço de ninguém”. A declaração foi dada durante depoimento aos membros da CPI que investiga o superfaturamento da obra, realizada em 2009, ainda na gestão do vereador Deucimar Silva (PP). Circe também garantiu que todas as despesas efetuadas na Casa são, necessariamente, autorizadas pelo presidente e “desmentiu” o engenheiro Carlos Anselmo, que assinou as planilhas com sobrepreço que totalizou R$ 1,1 milhão.
     Quanto à afirmação de Izanete, que diz ter sido convencida por Circe, a ex-secretária pontuou que sua opinião foi solicitada pela ex-presidente e, então, a aconselhou a aceitar.
     “Ela me perguntou o que eu achava. Eu disse que não via nada de errado e que só dependia dela. Ela tem nível superior, falei que daria conta do recado”. Circe ressaltou ainda que em momento algum induziu a servidora a assinar papéis que não conhecesse. “Só se eu achasse que ela é burra para orientá-la a assinar uma coisa que nunca leu”, ironizou.
     A ex-secretária também ressaltou que todo pagamento, após a medição e assinaturas, é levado ao presidente, que assina os cheques. “Sem a autorização do presidente não se paga nada”. Ela garantiu ainda que nunca deixou que qualquer pagamento fosse efetuado sem o visto. Acontece que o engenheiro afirmou ter comparecido à Câmara em 28 de dezembro para assinar papéis e que voltou a rubricar documentos somente quatro meses depois. Em janeiro, contudo, começaram os pagamentos e Circe atesta que todos estavam com a assinatura de Anselmo.
     Circe declarou também que em momento algum participou do certame, apenas realizou a dotação orçamentária para verificar se o Parlamento tinha condições financeiras de executar a obra. Ela admitiu, contudo, que convidou o técnico de licitação, Validus Miranda, para elaborar a minuta do edital de maneira informal. “Sou amiga dele desde 2007 e quando se vê deficiência em uma equipe, não tem porque não ajudar. Isso é camaradagem. Além disso, Validus é uma pessoa eficiente e poderia ajudar dando maior lisura ao processo”, justificou.
     Em certo momento, incomodada com os questionamentos do relator da CPI, vereador Misael Galvão (PR), que queria entender o motivo dela convidar o ex-técnico a prestar serviço de maneira informal, Circe ironizou dizendo estar se sentindo como Maquiavel. “Parece que tenho a faculdade de convencer as pessoas”, disparou.
     Relatório
     Os membros da CPI colheram o depoimento de seis pessoas ao longo desta semana. Apenas o representante da empresa vencedora do certame Alos Construtora, Alexandre Lopes Simplício, e a ex-coordenadora de licitação, Sinaira Marcondes, não compareceram. De acordo com o presidente do grupo, Edivá Alves (PSD), foram muitas contradições e contrainformações, mas tudo será analisado para saber qual responsabilidade será atribuída a cada um dos envolvidos. "No fim ninguém admitiu que fez a planilha", ressaltou. Ele pretende estar com o relatório pronto até a próxima quinta (5).
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