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quarta-feira, 21 de março de 2012

Câmara desiste de investigar, após renuncia do vereador

MARIA HELENA BENEDET
Da Reportagem/Sinop

O ex-vereador Paulo Mello Romeiro (PMDB), o ‘Paulo da Farmácia’, de Sorriso, que renunciou ao cargo, é o principal acusado de estar envolvido em um caso de pedofilia no município. Embora nem o delegado municipal, Thiago Damaceno, e o vice-presidente da Casa, Ilton Polesello (PTB), tenha confirmado o envolvimento do parlamentar no crime, a declaração da presidente da Câmara, Marisa Netto (PSD), durante a sessão de segunda-feira (19), indica que Paulo seja acusado.

“Depois que tomamos conhecimento do caso, começamos a tomar as providências necessárias, como procurar a Delegacia de Polícia Civil, a Promotoria e o Fórum”, explicou a presidente. “Se, em princípio, não divulgamos o nome do parlamentar envolvido, era porque fomos informados de que o processo corria em segredo de Justiça. Foi uma situação difícil porque todos nós éramos suspeitos, mas, agora, estamos tranquilos porque tudo foi esclarecido. Fizemos a nossa parte conforme preceitua a lei”.

O vice-presidente da Casa chegou a pedir a abertura de uma Comissão de Decoro Parlamentar (CDP), mas desistiu depois da renúncia. Mesmo sem ter confirmado o envolvimento do ex-parlamentar, admitiu que faz parte do processo em investigação.

“Existe um inquérito policial e, em tese, [Paulo da Farmácia] é o suspeito, e ainda não está sendo julgado, portanto é apenas acusado. A comissão iria investigar a quebra de decoro do vereador, a situação comportamental”, salientou. “Iríamos seguir os trâmites legais e, se ficasse comprovado que houve quebra de decoro, a pena maior seria a perda de mandato, mas, como o vereador já renunciou, não nos cabe julgar e, sim, acompanhar o trabalho do Poder Judiciário”. O delegado Thiago Damaceno não quis passar informações sobre o inquérito, pois, segundo ele, “está em segredo de Justiça”.

Após a renúncia do ex-vereador, a presidente suspendeu a abertura da comissão que iria investigar a denúncia. Na carta entregue ao Legislativo, Paulo Mello justificou que a desistência do cargo se devia à troca de partido. Ele estaria se desfiliando do PMDB para migrar para o PCdoB. Para o ex-vereador, o cargo pertence ao partido, por isso deixou a cadeira.

O Diário Regional tentou falar com o ex-parlamentar, mas os telefonemas caíram na caixa de mensagens. Na empresa onde trabalha, a reportagem foi informada de que estaria ocupado e não poderia atender. Paulo foi o relator da Comissão de Decoro Parlamentar que investigou a conduta dos ex-vereadores Gerson Luiz Frâncio, Chagas Abrantes e Roseane Marques, acusados de envolvimento em denúncias de pedido de propina ao Executivo da cidade. Os três parlamentares tiveram seus mandatos cassados pela Casa no fim do ano passado. 

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