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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Site mais acessado em Cuiabá e Várzea Grande MT:Sindicatos não descartam parar obras da Copa no país

  • Encontro em Fortaleza define pauta nacional; em Cuiabá, risco é para a Arena Pantanal


  • Reprodução 

    Caso uma greve seja desencadeada, obras da Arena Pantanal ficarão comprometidas

    LISLAINE DOS ANJOS
    DA REDAÇÃO

    Nesta sexta-feira (10), representantes de sindicatos dos trabalhadores da Construção Civil dos estados brasileiros que irão sediar a Copa do Mundo de 2014, se reúnem em Fortaleza (CE), para consolidar a pauta de reivindicações da “Campanha pelo Trabalho Decente na Copa do Mundo e Além”, coordenada pela Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM).

    Ao final do encontro, uma pauta deverá ser formada para ser entregue no Ministério do Trabalho. O objetivo é levar ao conhecimento do Governo Federal as necessidades dos trabalhadores da construção civil.

    Caso um acordo não seja fechado, mesmo depois de o Ministério do Trabalho ser informado, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Município (Sintraicccm), Joaquim Dias Santana, não estará descartada a possibilidade de uma greve - até mesmo nacional -, o que comprometeria ainda mais a conclusão de várias obras em tempo hábil para que o país sedie o Mundial de 2014.

    Os trabalhadores pedem por condições dignas de trabalho aos operários empregados nas obras, combate à informalidade, salários compatíveis com o mercado, qualificação profissional e ampliação de vagas para mulheres e jovens.

    Em entrevista ao MidiaNews, Santana afirmou que os sindicatos também buscam igualdade de benefícios para todos os trabalhadores da construção civil espalhados pelo país, para que as condições de trabalho sejam iguais em todos os estados.

    “Não queremos nada além do que já existe, mas queremos igualdade. Se em São Paulo (SP), o salário é um, que ele seja igual no restante do país; se os trabalhadores de um estado podem tirar férias e visitar os familiares, que isso seja feito nas demais obras”, disse o presidente do sindicato.

    De acordo com ele, o movimento irá buscar seguir uma programação de encaminhamento da pauta de reivindicações, seguindo uma hierarquia, para que o Governo Federal possa ter conhecimento das tentativas de diálogo da categoria e qual a realidade vivida pelos trabalhadores da construção civil.

    “Nós queremos que o Governo Federal tome conhecimento do que a categoria está passando no país”, afirmou Santana.

    Segundo o presidente, apesar de o tema remeter, centralmente, aos trabalhadores que atuam nas obras para o Mundial de Futebol, as reivindicações e os possíveis benefícios conquistados com a campanha serão estendidos para toda a categoria.

    Além de Fortaleza (CE), os encontros deverão acontecer em todas as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, com direito à visita às obras de mobilidade urbana e nos estádios que estão sendo reformados ou construídos. A reunião já foi realizada nas cidades-sedes do Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Salvador (BA) e Brasília (DF).

    Início do movimento
    A campanha teve início quando da definição das cidades-sede da Copa do Mundo. Desde então, o movimento se articula para estreitar o diálogo com as secretarias especiais criadas nos Estados para gerir as obras, cobrando a instalação de uma Câmara Temática específica no interior destas instituições, o que facilitaria o diálogo com os sindicatos.

    Em Cuiabá, esta solicitação foi repassada à então Agência Executora das Obras da Copa do Mundo no Pantanal, a  Agecopa (hoje, Secretaria Extraordinária – Secopa), em maio do ano passado, mas, até o momento, não obteve retorno.

    “Queremos mais presença do movimento sindical nas instâncias decisórias sobre as obras, isso não está acontecendo. A falta deste contato mais próximo dificulta o acompanhamento das condições de trabalho oferecidas aos operários”, explicou Santana.

    ICM
    A Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) é uma federação sindical global que reúne 328 sindicatos de 130 países, representando cerca de 12 milhões de trabalhadores.

    Em maio do ano passado, representantes da entidade lançaram a campanha em busca de melhorias nas condições de trabalho dos operários em Cuiabá, mesmo procedimento adotado nas demais cidades-sedes.

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