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domingo, 4 de dezembro de 2011

POLITICA MT:JORNALISTA DE ALTA FLORESTA GERA POLÊMICA AO DEFENDER OBRIGATORIEDADE DO DIPLOMA

A jornalista Giselle Oliveira, assessora da Câmara Municipal de Alta Floresta, protagonizou na semana passada uma grande polêmica em meio aos profissionais da imprensa. Em sua página no Facebook, Giselle postou um comentário que provocou a reação imediata dos colegas de profissão. ‘JORNALISTA DE VERDADE SÓ COM DIPLOMA’, afirmou ela.

 

 

 

Repórteres, redatores, locutores de rádio e apresentadores, muitos dos quais pioneiros no município, se sentiram ofendidos com tal declaração. Nos sites de notícias da cidade surgiu uma verdadeira avalanche de comentários com as mais diversas opiniões contra a jornalista.

 

 Para alguns, a jornalista precisa ser humilde e entender que a competência de um profissional não está no fato de ter um diploma. Outros fizeram questão de publicar textos de Giselle com erros de grafia e digitação para provar que nem mesmo ela está isenta de eventuais falhas.

 

 A jornalista comparou a atividade da notícia com a de médicos e outros profissionais. Após a reação negativa de suas declarações, esperava-se um pedido de desculpas por parte de Giselle, mas ela preferiu usar novamente o Facebook para reafirmar sua posição de que ‘ JORNALISTA DE VERDADE SÓ COM DIPLOMA’.

 

 A polêmica voltou à tona nos últimos dias após o Senado Federal aprovar, em primeiro turno, a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. A emenda terá ainda de ser votada em segundo turno pelo plenário do Senado - não há data para essa votação. Se aprovada em segundo turno, vai para a Câmara dos Deputados, onde também terá de passar por dois turnos de votação. Se for modificada na Câmara, volta para nova apreciação do Senado.

 

 Em 2009 o Supremo Tribunal Federal havia derrubado a exigência do diploma. Em 2010, Alexandre Garcia, um dos mais respeitados profissionais do jornalismo televisivo do país, escreveu um artigo sobre o assunto.

 

 O Notícia Dinâmica reproduz aqui um trecho do artigo que certamente vai levar o amigo leitor a avaliar a opinião dos dois jornalistas; Giselle Oliveira(Assessora da Câmara Municipal de Alta Floresta) e Alexandre Garcia(Simplesmente jornalista da maior Rede de Televisão do país).

 

 "Sou insuspeito, porque tenho diploma de jornalista. Fui primeiro lugar no vestibular e em todo curso. Lecionei em duas faculdades de jornalismo, na PUC e no CEUB, e num curso de jornalismo em Montevidéu. Sei que ninguém precisa de oito semestres para ser jornalista.

 

 O que é preciso é ter vocação - faro para a notícia e capacidade de contá-la -, talento - para saber contar - um grande conhecimento de tudo, sobretudo História, a ciência básica do jornalista. E uma bagagem sem fim de conhecimentos gerais, com humildade de saber que sempre sabe pouco e com curiosidade bastante para sempre querer saber mais. E conhecer a ferramenta, a Língua.

 

A manchete medíocre que desilustra a abertura deste artigo(Dilma e Serra Privilegiam Nichos Corporativos Diferenciados) é exemplo de quem não sabe que a comunicação se dá com simplicidade e objetividade, como resumiu Churchill, ainda jornalista na Índia, em 1898: Das palavras, as mais simples; das mais simples, as mais curtas.Pois bem, o que interessa para a sociedade a quem os jornalistas servem? Se eles têm ou não têm diploma de jornalista, ou a qualidade da informação? Não importa a opinião de comentaristas ou de editorialistas e colunistas. O que importa é se a notícia é verdadeira, expressa numa linguagem simples, clara e objetiva para todos entenderem e com a credibilidade conferida pela isenção e neutralidade de quem a transmite. Ou seja, o que dá credibilidade à notícia é a imparcialidade com que ela é produzida e o conhecimento que tem o jornalista do fato e de suas causas e conseqüências. Assim, não é a exigência de diploma de jornalista que está em questão e, sim, a competência do jornalista. E nenhum jornal, revista, TV ou emissora de rádio vai cometer a bobagem de contratar alguém incompetente.

 

Quando fui diretor da TV Manchete e depois da TV Globo em Brasília e alguém pedia emprego mostrando currículo e diplomas, antes de olhar os diplomas eu o mandava para a rua e voltar com uma reportagem.Pode-se exigir diploma para médico, engenheiro, mas não para jornalista, ou economista. Imagine-se exigir diploma de administrador de empresa para promover alguém a gerente. A exigência do diploma de jornalista nada mais é que criar um cartório para proteger medíocres. E proteger escolas superiores de jornalismo que proliferam sem qualidade, em que professores são, às vezes, gente que não deu certo nas redações e nos microfones."(Alexandre Garcia)

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