Enquanto o governo Silval Barbosa tenta superar a fase de crise gerada por causa do custo de R$ 14 milhões que seriam gastos na compra de 10 veículos Lan Rover, com equipamentos de alta tecnologia para o trabalho de monitoramento da fronteira, o Exércio Brasileiro pediu ajuda de R$ 72 milhões à bancada federal mato-grossense para desenvolver um projeto similar na mesma região. O Estado não desistiu dos veículos. Cancelou o processo porque não foi feito com licitação e inicia agora novo procedimento, desta vez aberto para concorrência. A secretaria extraordinária da Copa (Secopa) acredita até que o valor deva superar os R$ 14 milhões que seriam desembolsados se tivesse mantido a primeira negociação. Deputados e senadores vão avaliar se atendem ou não o Exército com uma emenda coletiva ao Orçamento-Geral da União para o próximo ano. O sistema de monitoramento da fronteira é ligado aos ministérios da Justiça e da Defesa. A preocupação com a fronteira boliviana, compreendendo o Oeste mato-grossense, é maior por conta dos preparativos de Cuiabá para a Copa do Mundo de 2014, o que deve atrair turistas e visitantes de todo o mundo. A região de fronteira seca já é tida como corredor do tráfico de drogas e de transporte de armamento pesado.
O deputado Valtenir Pereira (PSB), da Comissão Mista do Orçamento, informou neste sábado que na última quarta (9) um representante do Exército apresentou a proposta para a bancada, em Brasília. Pediu ajuda para dotar a fronteira de infraestrutura tecnológica. Defende que sejam assegurados no orçamento de 2012 ao menos R$ 72 milhões. Segundo o parlamentar, a bancada volta a se reunir na próxima semana para decidir se acata ou não o pleito do Exército. Perguntado se, nesse caso, a aquisição das Land Rover não teria custo menor, comparando ao que propôs o Exército, Valtenir sorriu e evitou emitir opinião por causa da polêmica em torno do assunto.
Emendas e liberação
Composta de 8 federais e 3 senadores, a bancada mato-grossense tem direito à apresentação de 18 emendas, sendo 3 de remanejamento (quando se cancela ou reduz determinada rubrica para se criar uma nova proposta) e 15 emendas de acréscimo. Cada um pode ter uma ação que quiser, sem necessidade de discutí-la com a bancada. Para o exercício de 2012, a bancada pode pleitear até o limite global de R$ 400 milhões.
O curioso e intrigante é que nem 50% dos recursos previstos são liberados efetivamente. Para se ter ideia, das verbas previstas para este ano para Mato Grosso, só foram liberados até agora R$ 20 milhões, que serão utilizados pelo Tribunal Regional do Trabalho na construção de um fórum trabalhista e na estruturação de outros. Esse recurso, 5% do previsto no orçamento, é resultado da "trinca" de uma emenda apresentada em 2010 por Valtenir e pelos senadores Jayme Campos e Gilberto Goellner, que já deixou o Senado. O restante não saiu do papel e os parlamentares têm até 31 de dezembro para trabalhar essa liberação.
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