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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Brigas "minam" Mendes a prefeito; PSB pode perder ainda vaga na AL

Glaucia Colognesi


O presidente do PSB-MT, deputado federal Valtenir Pereira, enfrenta oposição dos colegas Mauro Mendes e Luciane Bezerra
     Depois de entrar no rol dos partidos que mais cresceram nacionalmente no último pleito, com a eleição de 6 governadores, 4 senadores e 35 deputados federais, entre eles Valtenir Pereira, o PSB "patina" na busca de ampliação de seu tamanho em alguns Estados, especialmente em Mato Grosso. A legenda está rachada em dois grupos. Um é conduzido por Valtenir, presidente regional. No outro se juntaram o empresário Mauro Mendes, pré-candidato a prefeito de Cuiabá, e a deputada estadual Luciane Bezerra. O clima entre eles é de animosidade.
     Valtenir faz o que se convencionou chamar de trabalho formiguinha. Tem percorrido todas as regiões do Estado em busca de lideranças com potencial de candidatura a prefeito. Defensor público do Estado licenciado, ex-vereador por Cuiabá e federal pela segunda vez, Valtenir sabe que só assim, com mais prefeitos e vereadores, vai "gabaritar" o partido para ingressar numa coligação competitiva na disputa pelo governo do Estado em 2014.
     A atuação partidária, porém, é dificultada pela personalidade considerada centralizadora do parlamentar. Ao que parece, ele comanda a legenda com "mãos de ferro". Aliados confidenciam que o deputado deixa se envolver em picuinhas e tem dificuldades em apaziguar os ânimos dos militantes e lideranças expressivas, como Mendes, presidente do PSB de Cuiabá, e a deputada Luciane. O partido tem chances reais de, com Mendes, conquistar o Palácio Alencastro, sede da Prefeitura de Cuiabá, mas as divergências internas expõem o grupo e impedem a entrada na legenda de novas lideranças e simpatizantes.
    Cúpula nacional
    A briga entre Valtenir e os dois correligionários já chegou à Executiva nacional. Mendes e Luciane foram reclamar de Valtenir. Disseram que o dirigente toma decisões unilaterais e cobram mais espaço dentro da executiva estadual. Os esforços parecem que foram em vão. No meio do furacão, o vice-presidente da sigla, Roberto Amaral, telefonou para Valtenir, reforçando apoio a qualquer decisão do presidente estadual.
     Nos bastidores, Valtenir, Luciane e Mendes destilam veneno. Luciane classifica Valtenir de ditador e admite a hipótese de se desfiliar. Mendes reclama de não participar das discussões partidárias e tomada de decisões. Chega a dizer que o deputado quer criar o PSV, Partido Só do Valtenir. Este, por sua vez, tem classificado os dois "colegas" de omissos e mal agradecidos. O deputado se queixa que ambos preferem se isolar nos gabinetes e escritórios a participar dos debates.
     A continuar neste clima, o PSB que mais cresceu nas urnas em nível nacional no ano passado pode minguar e passar a quilômetros de distância da meta ambiciosa de eleger 40 prefeitos. Hoje conduz 4 prefeituras. O trio terá de afinar o discurso se quiser aumentar de 153 para 240 o número de vereadores, conforme apregoava a direção estadual.  Nos últimos seis meses, o PSB conseguiu dobrar o número de filiados no Estado, de 6,5 mil para 13 mil. Resta saber se eles vão continuar seguindo os passos do trio "parada dura" diante de tantas polêmicas que geram incertezas no lançamento das candidaturas.
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