As aulas na Escola Municipal de Ensino Professora Alcina Dantas Feijão, no bairro Mauá, em São Caetano, onde o aluno David Mota Nogueira, de apenas 10 anos, atirou na professora e depois se matou na tarde de ontem, só retomará as aulas na próxima quarta-feira (28/9).
Em entrevista coletiva, a diretora da escola, Márcia Gallo, confirmou que na segunda e na terça-feira só haverá atendimento psicológico aos professores da instituição. O trabalho será realizado em parceria com as secretarias de Saúde e de Educação. Já segundo a Prefeitura, pais e alunos de qualquer escola pública podem passar por tratamento. Para isso, os interessados devem entrar em contato com a Unidade de Saúde da Criança e do Adolescente, no Centro.
A Escola Municipal de Ensino Professora Alcina Dantas Feijão também irá reforçar o trabalho que é desenvolvido com as crianças sobre violência.
Sobre o aluno, a diretora disse que era uma criança calma, companheira, querida pelos amigos, com boas notas, que nunca recebeu reclamação e não precisava de acompanhamento psicológico e nem tomava remédio. Márcia ainda afirmou que o menino não sofria bullying e que o que ocorreu foi um choque, pois ninguém suspeitaria que isso poderia acontecer com ele. A escola não tinha conhecimento do desenho que foi encontrado, no qual David teria feito ele mesmo com uma arma dentro da sala de aula.
A professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38, também não tinha problemas com os alunos. Segundo Márcia, ela era "rígida como qualquer outro professor", mas nunca havia recebido reclamações e não tinha atritos com os estudantes. Rosileide leciona na instituição desde 2005, onde dá aulas de Língua Portuguesa para três turmas.
Durante a entrevista, Márcia informou que a escola tem câmeras de segurança, mas não dentro das salas. Os equipamentos registraram a entrada e a saída de David do local, mas não filmaram o momento dos disparos. A sala de aula onde a professora foi atingida será fechada e os alunos transferidos.
A diretora também confirmou que o pai da criança foi até a instituição na tarde de ontem e pediu para falar com seus filhos, mas não explicou o motivo. Para ela, se ele tivesse falado sobre a suspeita de que um deles teria pegado sua arma, funcionários poderiam ter revistado a mochila da criança e, talvez, evitado o ocorrido. Mesmo assim, ela é contra o detector de metais, já que todos os alunos carregam chaves, canetas e por isso, seriam barrados.
Márcia disse ainda que apesar do incidente, a escola é tradicional e tem bons índices. A diretora afirmou que o fato é social e o ensino da instituição não pode ser avaliado por isso.
Pichação - O muro da Alcina amanheceu pichado nesta sexta-feira. No local, foi escrita a frase "Criança chora, pais não vê (sic)".
O caso - Por volta das 15h50 de quinta-feira, David atirou contra a professora Rosileide, dentro da sala de aula da escola. Em seguida, a criança atirou contra a própria cabeça.
David chegou a ser socorrido no Hospital de Emergências Albert Sabin, mas não resistiu a duas paradas cardíacas e morreu. Rosileide foi atingida na região lombar, do lado esquerdo do corpo. Socorrida por helicóptero da Polícia Militar, foi levada ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, e não corre risco de morrer, de acordo com a Prefeitura de São Caetano.
No momento dos disparos 25 alunos estavam na sala. (Com informações de Bruna Gonçalves)
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