Sem consentimento, mulheres têm sua intimidade exposta na internet; há casos em Rondônia

ANONIMATO – sites que reproduzem vídeos pornográficos profissionais e amadores não questionam autoria de quem os envia e denigrem imagem de mulheres do mundo todo

“Vale tudo entre quatro paredes”. A frase usada de forma habitual para explicar que o que acontece na intimidade de um casal não tem limites se houver consentimento, pode não estar sendo aplicada corretamente se uma ferramenta poderosa e propagadora estiver fazendo parte do momento: a câmera de vídeo. 

Aliada ao vídeo, a internet ajuda ainda mais na reprodução das filmagens. Os motivos para muitos destes vídeos caseiros caírem na rede mundial de computadores são dos mais variados: as hipóteses indicam principalmente a premeditação do autor em, por exemplo, se vingar de uma ex-namorada, auto-afirmação, ou até invasão de computadores em que são guardados dados pessoais para depois de editados, serem expostos em sites pornôs.

 Os responsáveis pelas páginas deste segmento em especial, principalmente os que reproduzem vídeos enviados por seus visitantes – da mesma forma como faz o Youtube só que com conteúdo direcionado – não estão verificando o conteúdo de muitos vídeos que chegam até eles. Se verificam, fazem vista grossa, porque não é difícil achar milhares de exemplos  de casos de exposição da vida sexual de muitas pessoas escancarada  para o público do mundo inteiro.

Utilizando a ferramenta de busca de um dos sites mais populares com conteúdo pornográfico na internet, o Xvideos, é possível encontrar até pessoas de Rondônia envolvidas no rol da exposição. O site em questão é a 48ª página mais acessada do mundo, segundo aponta o Alexa Internet Inc., serviço de Internet pertencente à Amazon que mede quantos usuários visitam um determinado sítio da web. Com essa colocação e com o número incalculável de websites existentes, é possível ter uma noção da repercussão e dos prejuízos causados.

Em um dos vídeos supostamente de Rondônia, o autor fez questão de apresentar o histórico da mulher que protagonizou as cenas eróticas, contando em edição preliminar, dados pessoais de sua vida como: nome, filiação e a empresa cujo pai seria dono em um dos municípios do Estado. Depois da explicação minuciosa, o que segue é uma compilação de fotos acompanhada por trilha sonora. Percebe-se a clara intenção difamatória na exposição do material. Difamação é crime contra a honra, está previsto no Art. 139 do Código Penal e quem o comete está sujeito a detenção de três  meses a 1 ano, além de multa.  


 
DIFAMAÇÃO – Antes de expor vida íntima de suposta vítima rondoniense, editor do vídeo mostra o nome da moça, diz quem é seu pai e cita a empresa em que trabalha
Outro vídeo, também sinalizado como oriundo de Rondônia, mostra um rapaz aparentemente confortável no banco de trás de um carro e, ao seu lado, uma mulher que lhe faz sexo oral enquanto um de seus companheiros dirige e o outro filma. Em determinado momento, o homem que está com a moça pede a câmera de vídeo para que ele próprio possa filmar o ato sexual de um ângulo mais próximo. Mesmo que haja consentimento neste caso, uma dúvida é pertinente: será que os envolvidos acataram a idéia de publicar o conteúdo na internet?

 
Montagem que inclui alguns vídeos supostamente feitos em Rondônia e publicados em sites pornográficos do Brasil e do mundo

Pensar várias vezes antes de se deixar filmar e, principalmente, conhecer bem parceiros sexuais fixos ou casuais é uma iniciativa primordial de precaução para evitar qualquer tipo de constrangimento posterior. As autoridades devem combater com todo o rigor este tipo de crime e, a exemplo da China que com ajuda dos EUA conseguiu desmantelar a maior rede chinesa de pornografia online em seu País, também erradicá-lo do Brasil. 

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