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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Vereador vai para o "sacrifício" e assumirá Prefeitura

Ananias Filho deve substituir Zé do Pátio e não poderá se candidatar à reeleição na Câmara

Divulgação
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Mesmo com a possibilidade de ficar inelegível em 2012, Ananias assumirá a Prefeitura
LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O presidente da Câmara de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá), Ananias Filho (PR), cogitou renunciar ao cargo para não ter que assumir a Prefeitura de Rondonópolis, após a cassação do prefeito José Carlos do Pátio (PMDB) e da vice Marília Salles (PSDB) pela Justiça Eleitoral.
Isso porque o prazo para se desincompatibilizar de cargo público e concorrer a vereador (no caso, à reeleição) é de seis meses antes do pleito, que será em 7 de outubro. Nesse caso, se assumir a cadeira de prefeito a partir da semana que vem, mesmo que seja por apenas um dia, Ananias estará impedido de se candidatar a vereador.
“O PR discutiu, ontem e hoje, qual a melhor caminho a seguir. Concluímos que ele tem que assumir [o cargo], mesmo com possibilidade de inelegibilidade. É importante que o Ananias assuma o mandato para ajudar a cidade, nesse momento de instabilidade no nosso Município. Mas, é difícil para o PR e para o vereador Ananias abrirem mão da candidatura dele a vereador”, declarou o presidente regional da sigla, deputado federal Wellington Fagundes, na tarde desta quarta-feira (4), logo após reunião com o governador Silval Barbosa (PMDB), no Palácio Paiaguás.
Os republicanos concluíram que não ficaria bem aos olhos da população se o vereador renunciasse à possibilidade de ser prefeito, para atender aos seus interesses pessoais e políticos de se candidatar a vereador. “A cobrança da população, nesse momento de instabilidade, é muito grande”, afirmou Fagundes.
Ele se reuniu com Silval para comunicar a decisão do partido de assumir a Prefeitura de Rondonópolis e pedir o apoio do governador, nesse momento de crise no terceiro maior Município do Estado. “Precisamos do apoio do Governo”, ressaltou o presidente.
Fagundes reclamou que o momento em que o TRE cassou Pátio foi inoportuno. Mas, comemorou a oportunidade de o partido assumir o comando do município, ainda que interinamente.
“A Justiça Eleitoral tomou essa decisão num momento muito ruim. Se fosse há seis meses, não haveria o problema do impedimento do Ananias para se candidatar à reeleição como vereador. Se for para a Justiça conceder uma liminar ao Zé do Pátio, devolvendo a ele o cargo de prefeito, torcemos para que seja logo, antes de o Ananias assumir o cargo”, avaliou o deputado.
“Porém, ao assumir, o Ananias já será julgado pelas atitudes que terá como prefeito. Em 30 ou 60 dias, já dá para mostrar a que veio. A competência e a forma que nós conduzirmos a prefeitura vai mostrar para a população que o PR merece a Prefeitura de Rondonópolis”, arrematou.
Eleições
A cúpula do PR está decidida a lançar candidato no município nas eleições de outubro, e Ananias está entre os nomes cotados. Os republicanos avaliam também as candidaturas dos deputados estaduais Ondanor Bortolini, o “Nininho”, e Sebastião Rezende.
Além disso, o partido já planeja emplacar Ananias como prefeito-tampão, a ser escolhido nas eleições indiretas, que terão que ser realizadas no município no prazo de 30 dias. Nesse pleito, os 12 vereadores elegerão um novo prefeito, que comandará o município até o final do ano. A bancada do PR é composta por três vereadores.
“Assumindo na interinidade, Ananias é o candidato natural na eleição indireta. Mas, ele tem que convencer os seus pares. Ele teve competência e articulação política para ser eleito presidente, e precisa ter também na eleição indireta. É uma conquista que ele tem que fazer, o PR não pode chegar lá e impor”, argumentou Wellington Fagundes.
A reportagem do MidiaNews tentou contato com Ananias, mas seu celular estava desligado.
Para ler mais sobre a cassação de Zé do Pátio e Marília Salles, clique aqui.

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