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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Bancada do PR tenta contornar crise; governador não quer Eder na Secopa

Romilson Dourado

  Os deputados Mauro Savi e Emanuel Pinheiro, republicanos escalados para atuar como bombeiros na tentativa de apagar o incêndio causado pelo secretário Eder de Moraes no Palácio Paiaguás, se reúnem nesta quarta com o presidente da Assembleia José Riva e com o primeiro-secretário da Mesa Sérgio Ricardo. Querem pôr fim a polêmica e evitar a saída de Eder do comando da Secopa, pasta responsável pelos projetos preparativos de Cuiabá para a Copa-2014. Apesar disso, o desejo do governador Silval Barbosa é de tirá-lo da secretaria. O peemedebista pontua, nas conversas com assessores mais próximos, que está havendo muita confusão e seria melhor aproveitar Eder em outra setor da administração. Silval observou, inclusive, segundo aliados, que "cada um tem o seu tempo e o tempo de Eder na secretaria encerrou-se".
   Na quinta, quando o governador retornar de viagem, Savi e Emanuel vão bater a sua porta para tentar "segurar" Eder na Secopa. A relação entre o secretário e Silval ficou estremecida depois de uma reunião tensa na terça. Eder reclamou que não estava acontecendo na prática a recíproca da lealdade, lembrou de compromissos do passado para ser indicado para o TCE e chegou a colocar o cargo à disposição. Silval, por sua vez, sinalizou que o exoneraria, mas, horas depois, ambos recuaram. Apesar disso, o governador tomou uma decisão: não quer mais Eder como secretário da Secopa. Aceita até aproveitá-lo em outro cargo.
   O mal-estar foi criado por causa de duas matérias-denúncias publicadas pelo jornal semanário Circuito Mato Grosso, com acusações sobre os ombros do secretário Pedro Nadaf, da Indústria, Comércio, Minas e Energia, de que estaria provocando rombo milionário nos cofres públicos com concessão, sem critérios, de incentivos fiscais a empresas e também por causa de uma suposta negociação de R$ 12 milhões para o conselheiro Alencar Soares deixar a cadeira no Tribunal de Contas em benefício do deputado Sérgio Ricardo. O dono do jornal, empresário Pérsio Briante, teria atendido ao pleito de Eder na publicação das denúncias. Eder acreditava que seria o próximo a ser indicado para o cargo vitalício de conselheiro, conforme acordo feito ainda no governo Blairo Maggi, e agora se sentiu preterido tanto pela Assembleia quanto pelo governo. Em relação a Nadaf, o tem como adversário dentro da própria administração.
    Eder saiu da reunião com o governador tenso e determinado a deixar a administração. Silval o tratou com rispidez. Antes de recebê-lo no gabinete, o chefe do Executivo tinha se reunido com os presidentes da AL e do TCE, respectivamente, José Riva e José Carlos Novelli. Eles disseram ao governador que as denúncias expuseram negativamente os Poderes e que Silval precisaria tomar alguma decisão dura sobre Eder, não no sentido de exonerá-lo, mas de enquadrá-lo. No início da tarde, Eder procurou Riva e Sérgio na AL para se explicar. Foi informado que ambos não poderiam atendê-lo porque estavam em reunião. O secretário encontrou abrigo no gabinete de Emanuel Pinheiro, membro da executiva regional do PR, em cuja legenda Eder está filiado.
   Emanuel e Savi se reuniram em um almoço, com participação do secretário estadual de Comunicação, marqueteiro Carlos Rayel, que se mostrava preocupado com o risco da imprensa potencializar a crise. O encontro se estendeu até às 15 horas. Savi falou, por telefone, com o governador, que ponderou sobre a necessidade de se chegar a um entendimento e Eder continuar na administração, mas fora da Secopa. Ficou combinado que nesta quinta, quando estará de volta ao Paiaguás, o governador chamará Eder para uma última conversa sobre o assunto.
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