Após briga, Silval e Eder chegam a um acordo pela permanência

Romilson Dourado e Patrícia Sanches

  O clima que amanheceu tenso entre o governador Silval Barbosa e o secretário Eder de Moraes, que conduz os projetos preparativos da Grande Cuiabá para a Copa-2014, encerra esta terça mais ameno. Ambos tiveram uma reunião pela manhã e, por causa de uma série de divergências, Eder colocou o cargo à disposição. O maior ponto de conflito se deu por causa do projeto do VLT, que continua empacatado e se transformou numa das maiores dores de cabeça de Silval. Eder foi cobrado duramente. Para piorar, nesta terça os operários da Arena Pantanal anunciaram que devem paralisar as atividades até o final de semana.

   Eder saiu do gabinete do governador achando que seria exonerado. A notícia logo se espalhou. Em entrevista à TV Record Canal 10, ao meio-dia, ele confirmou o encontro com o chefe do Executivo e ponderou que não havia entregado o cargo, mas que seu destino na administração estava nas mãos de Silval. "No transcorrer das coisas, muitos interesses são contrariados", desabafou Eder, completando que há muitos tubarões que ocupam o poder no Estado se sentem incomodados. Depois disparou que há uma campanha velada para que deixe o posto. "A justificativa de sair ou ficar, cabe ao governador do Estado e não a mim".

     Foi o bastante para analistas concluírem que a relação entre ambos estaria rompida e que Eder tende a sair do Governo, no qual entrou desde janeiro de 2003, ainda sob Blairo Maggi, quando assumiu a presidência do MT Fomento, depois foi remanejado para a pasta da Fazenda, Casa Civil e há cerca de 2 anos conduz os trabalhos para os jogos do Mundial, primeiro na extinta Agecopa e, agora, na Secopa.

   Deputados e secretários entraram em ação para atuar como bombeiros e apagar o incêndio, de modo a contornar a crise e criar clima favorável para Eder seguir no primeiro escalão. Os parlamentares Mauro Savi e Emanuel Pinheiro (ambos do PR) e o presidente da Assembleia José Riva (PSD) estão se articulando para Silval anunciar logo, oficialmente, a permanência de Eder. Há outros que comemoram a possível saída do polêmico Eder, como os deputados Zeca Viana (PDT) e Luciane Bezerra (PSB).