Júlio Campos busca aliança com o PSD para perpetuar clã em Várzea Grande
O cenário político ganha contornos cada vez mais surreal em Várzea Grande (MT). Pelo menos no que diz respeito às articulações do partido Democratas.
Ocorre que o experiente ex-governador, ex-prefeito, ex-senador, ex-conselheiro do Tribunal de Contas (TCE) e atual deputado federal Júlio Campos, articula uma aliança curiosa.
Sonhando emplacar o filho Júlio Neto num mandato executivo e futuramente no legislativo, o papai Campos usa todo seu poder de convencimento. Para a imprensa, defende a pré-candidatura do filho a prefeito. Mas lá, à sombra das mangueiras, como é costume em Várzea Grande, articula uma composição com o PSD. Na verdade, Júlio quer emplacar o filho como vice de, nada mais, nada menos, do atual prefeito e pré-candidato a reeleição Tião da Zaeli. A informação exclusiva vem de uma fonte do Caldeirão Político, pessoa muito próxima do clã dos Campos. Os três - Neto,Tião e Júlio Campos - reuniram-se duas semanas atrás para discutir a aliança.
A exemplo do ocorrido em 2008, Júlio Campos vai usar todo seu poder de persuação para negociar a candidatura do filho. Naquele ano o próprio Júlio era candidato a prefeito e fez o chamado “acordão” com Maksuês Leite. Os eleitores revoltaram-se. Leite desistiu de disputar o pleito e sua mulher compôs com Campos como vice.
O resultado todos se lembram: Campos foi derrotado. Votos de protesto mantiveram na prefeitura o prefeito MD, cujo vice foi, justamente, Tião da Zaeli, que acabou herdando a cadeira de prefeito. Várzea Grande acabou submergindo no lodaçal de denúncias e desmandos.
Foi também em 2008 que o deputado estadual Wallace Guimarães, então filiado ao DEM, bandeou-se para o lado do PR. Abandonou a campanha de Campos e levou os votos do seu grupo para MD. O fato foi considerado alta traição e o jovem Júlio Neto, indignado com a inércia do Democratas (que absolveu Wallace Guimarães), enviou aos veículos de imprensa em fevereiro de 2009 cópia da carta que teria entregue ao partido anunciando sua (Neto) desfiliação. Nela, chamou de “canalhisse” (sic) o comportamento de Wallace Guimarães, fato comprovado por fotos. A referência deve-se a divulgação, na mídia, de fotos do deputado Wallace comemorando a vitória do adversário do DEM numa chalana. (leia abaixo integra da carta de desfiliação de Júlio Neto).
A poeira baixou, Júlio Neto continuou no DEM e sonha seguir os passos do pai.
Mas há um detalhe importante: faltou combinar tudo isso com o cacique democrata, senador Jayme Campos, que já admitiu publicamente o desejo de disputar a prefeitura de Várzea Grande.
Nada de novo na ex-cidade industrial. Política ali é coisa do clã dos Campos, que alterna no poder parentes e contraparentes.
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