| Foto: VG Notícias |
| A Central de Regulação em Mato Grosso tem sido usada como forma de captação de votos, cobrança de propina para burlar a fila de espera, contrariando a finalidade para qual foi criada. |
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob qualquer pretexto.
O SUS é financiado com recursos arrecadados por meio de impostos e contribuições sociais pagos pela população e compõem os recursos do governo federal, estadual e municipal, não é nenhum favor que políticos oferecem ao cidadão.
No entanto, a Central de Regulação em Mato Grosso tem sido usada como forma de captação de votos, cobrança de propina para burlar a fila de espera, contrariando a finalidade para qual foi criada. Na verdade a Central de Regulação se tornou uma central de favores para os famosos “Q.Is”.
Por conta da repercussão da denúncia do marido de uma paciente do Pronto-Socorro de Várzea Grande, que estava sendo supostamente extorquido por um vigia, que teria intermediado uma negociação para um médico realizar a cirurgia no Hospital Metropolitano, e teria cobrado R$ 2.500, uma funcionária do Metropolitano, que terá o nome preservado para não sofrer represálias, contou à reportagem do VG Notícias, que a Central de Regulação não funciona.
Segundo ela, não existe uma lista de espera, a servidora do Estado, Ivana manda quem ela quer. “Ela manda quase todos os dias. Ela liga lá e diz ta indo um paciente ai, atende ele pra mim, é paciente do secretário. A gente pergunta, ta regulado? Ela diz, atenda ai, não preocupa não, daqui a pouco mando o número da regulação”, denunciou a funcionária.
Ela disse ainda que muitos vezes são encaminhados pacientes do Pronto-Socorro de Várzea Grande para o Metropolitano, fica lá um ou dois dias e volta sem realizar a cirurgia e sem explicação para o caso. “Os pacientes ficam revoltados. Eles não conseguem entender o motivo e nem a gente que trabalha lá sabe”, revelou.
Outro lado: De acordo com a assessora de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde, Maria Aparecida Capelassi, estão sendo regulados para o Hospital Metropolitano os seguintes procedimentos:
1. Media Complexidade:
• Cirurgia Geral (ambulatorial e hospitalar);
• Ortopedia e Traumatologia (ambulatorial e hospitalar);
• Biopsias Guiadas (hospital-dia);
• Endoscopia Digestiva (Alta e Baixa);
• Endoscopia Respiratória;
2. Alta Complexidade:
• UTI adulto
Ainda, conforme a assessora, o Hospital Metropolitano atua no modelo de atenção integral a Saúde, ou seja, uma vez regulado o paciente, todos os exames, consultas e procedimentos necessários para a resolução do quadro do paciente são automaticamente realizados pelo hospital. O controle de metas é feito pelo número de saídas.
Cida informa que a Regulação de Urgência e Emergência, só aceita pacientes diretamente para internação na unidade, conforme o perfil abaixo descrito:
"Busca ativa dentro dos Pronto-Socorros de Cuiabá e Várzea Grande, regulando e transferindo pacientes internados nestas unidades e que possam ter seu caso resolvido no Hospital Metropolitano. A Central de Regulação, tanto de Cuiabá e as Regionais do Interior, somente regulam pacientes dentro do perfil da Unidade. O paciente quando é regulado é encaminhado primeiramente para avaliação ambulatorial. Os municípios possuem a figura do regulador de suas unidades. O Estado busca vaga na rede de serviços quando solicitado pelo município".
O Contrato de Gestão do Ipas com o Estado no gerenciamento do Hospital Metropolitano pode ser encontrado no Diário Oficial do Estado, datado no dia 5 de maio de 2011, cujo seu objeto estabelece o compromisso entre as partes, o Governo do Estado e o Instituto Pernambucano de Assistência em Saúde (IPAS) sobre o gerenciamento, operacionalização e execução das ações e serviços de saúde, no Hospital metropolitano de Várzea Grande, com a Pactuação de indicadores de qualidade de resultado, em regime de 24 horas/dia, assegurando assistência universal e gratuita aos usuários do Sistema Único de Saúde de Mato Grosso.
Os termos aditivos datados e publicados no Diário Oficial em 20/12 de 2011-DO do dia 21/12 e o segundo termo aditivo 01/12/2011 DO-28/12:
- Contrato de Gestão n.001/2011: Estruturado com perfil de hospital de médio porte, com 52 leitos de internação, 10 leitos de UTI adulto, 10 leitos de observação no Pronto Socorro e 4 leitos de Recuperação Pós Anestésica (RPA) no Centro Cirúrgico. Possui capacidade para realização de procedimentos de média e alta complexidade, atendimento de Urgência e Emergência, Clínica Cirúrgica Geral e Clínica Cirúrgica Ortopédica e Traumatológica de adultos, em regime de demanda referenciada, além de ofertar Serviços de Apoio Diagnóstico e Terapêutico;
-Valor Global: R$ 31.386.000,00
- Custeio Mensal R$ 2.115.500,00;
- Investimentos R$ 6.000.000,00.
Procedimentos | Metas Pactuadas (Mensal) |
Clínica Cirúrgica Geral | 107 |
Clínica Cirúrgica Ortopédica e Traumatológica | 77 |
Clínica Hospital dia/cirurgia | 230 |
Clínica Médica | 25 |
Consulta Médica | 1.000 |
Endoscopia | 336 |
Colonoscopia | 168 |
Broncoscopia | 40 |
CPRE | 08 |
Diagnóstico em Laboratório Clínico | 1719 |
Anátomo Patológico | 22 |
Radiologia | 688 |
Ultrassonografia | 238 |
Eletrocardiografia | 86 |
Tomografia | 100 |
Biópsia Tireóide | 25 |
Biópsia de Mama | 50 |
Biópsia de Rim | 16 |
Biópsia de Próstata | 100 |
por Edina Araújo/VG Notícias
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