Famílias querem casa, mas não aceitam pagar

O governo cedeu à pressão e anunciou ontem que não vai cumprir a ordem de despejo contra 262 famílias que invadiram uma propriedade privada em Cuiabá e ali fizeram um loteamento a que chamaram “Nova Canaã”. A informação foi confirmada por integrantes do governo que negociaram com um grupo de moradores a desocupação da sede da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), esta invadida ontem. 

Conforme uma das líderes da manifestação, o grupo foi até o local para protestar contra o governo do Estado pela “falta de diálogo” com os moradores. 

“O governo havia informado que iria incluir os moradores no programa Minha Casa Minha Vida”, disse Luana Silva. “Decidimos, em assembleia, que aceitamos as casas do governo federal com duas condições: que seja sem custo e que não haja despejo antes da entrega”. Os manifestantes, cerca de 80 no total, chegaram à sede da Secopa por volta das 9h da manhã. Eles foram recebidos, primeiro, pelo secretário Eder Moraes. Depois, conversaram com o secretário de Segurança Pública, Diógenes Curado, o presidente do Intermat Afonso Adalberto e o secretário-chefe da Casa Militar, Antônio de Moraes. Eles garantiram que não haverá a desocupação da área. 

As famílias vivem na área desde 2009, e uma decisão, assinada pela juíza Vandymara Galvão Ramos Paiva Zanolo, determinou a reintegração de posse em favor de Armindo Sebba Filho, proprietário do terreno. 

A ideia do governo é colocar as famílias dentro de um programa habitacional. Mas os invasores se recusam a pagar mensalidades.