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Da Reportagem
A Companhia de Águas do Brasil – CAB Ambiental terá que investir R$ 6,5 bilhões em Cuiabá ao longo dos 30 anos de concessão. A empresa foi a vencedora da licitação para assumir a Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap). Com esse resultado, Cuiabá se torna o sexto município mato-grossense a contar com os serviços da empresa paulista.
O valor do investimento foi anunciado na tarde de ontem pela prefeitura, mais de um dia após a empresa vencer a licitação. Segundo a prefeitura de Cuiabá, a informação só foi divulgada ontem porque o procurador-geral do município, Fernando Biral, aguardava a homologação do contrato pelo prefeito Chico Galindo (PTB), o que ainda não foi realizado.
Entre os investimentos que a CAB terá que fazer está, por exemplo, a substituição de encanamentos e tubulações no município que datam até 50 anos. A CAB Ambiental também teve que pagar a prefeitura o valor de outorga da Sanecap, avaliado em R$ 516 milhões, e garantir uma redução do valor do preço básico da água, chegando a R$ 19,80 (a redução foi de dez centavos).
A empresa, ligada ao Grupo Galvão (do setor da construção civil), terá como representante em Mato Grosso o diretor de Negócios Italo Joffily. Este era quem estava presente nas reuniões técnicas para decidir a vencedora da licitação e anunciava não ter autorização para passar informações à imprensa. Formado pela Universidade Federal do Ceará, antes de chegar à CAB, Joffily atuou em multinacionais como Texaco do Brasil, Xerox do Brasil e Petrobras Distribuidora S/A.
A CAB está em Mato Grosso desde 2009, presente nos municípios de Alta Floresta, Canarana, Colíder, Comodoro e Pontes e Lacerda. Todas as concessões contam com 30 anos de prazo.
Para o município, por exemplo, de Pontes e Lacerda (distante 448 quilômetros de Cuiabá), a empresa divulgou em seu site que “estão previstos investimentos na revitalização e automação da captação de água, reformas e melhorias na estação de tratamento de água, na reservação e distribuição de água, além da implantação e substituição de hidrômetros”.
Resta saber se a CAB será realmente homologada, já que a Justiça em Primeira Instância anulou o edital de licitação e, consequentemente, todo o processo que resultou na vitória dela.
A Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat), autora da ação, pretende aguardar o julgamento do mérito, que poderá definir como ilegal a escolha da CAB. A data do julgamento ainda não foi comunicada. O procurador-geral Fernando Biral anunciou na quinta-feira (12) que não foi notificado oficialmente da decisão por isso continuou com a licitação. Procurado ontem pela reportagem, ele não foi localizado.
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