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domingo, 15 de janeiro de 2012

Novo secretário de Receita toma posse em sexta-feira 13; Pára a arrecadação do ISSQN e conta mentira aos contribuintes

A posse do novo secretário foi prestigiada por vários servidores estaduais.
 

por Odacir Barros*
O novo Secretário Municipal de Receita tomou posse em uma cerimônia temperada a pompa e a distanciamento da realidade do município.
Egresso do Estado, onde exercia a função de fiscal de tributos estaduais, acostumado ao protocolo cerimonial que o orçamento estadual permite, o novo secretário teve, no município, cerimônia de posse igual às dedicadas a secretário estadual. Nenhum outro secretário municipal foi recebido como Jorge Merquíades de Magalhães. Isabela Guimarães, por exemplo, assinou o livro de posse sobre a mesa do prefeito e foi tornada secretária municipal.
 
Afastado da realidade municipal, o novo secretário se fez cercar por seus colegas de trabalho na Secretaria de Estado de Fazenda. A posse foi prestigiada por vários servidores estaduais. 
 
Prestigiado, o novo secretário deveria ter sido mais atento ao prestígio. Se tivesse sido teria cumprimentado (prestigiado) os colegas de trabalho do Estado conjuntamente com os novos colegas de trabalho do município, mas não o fez.
 
Ao final da cerimônia, depois conceder inúmeras entrevistas, de se despedir de seu círculo de colegas de trabalho no Estado e quando alguns fiscais do município já tinham ido embora, o novo secretário resolveu cumprimentar os servidores municipais: e ao cumprimentar pediu desculpas pelo atraso. Mas isso não é uma questão de atraso, é uma questão de prioridade: o novo secretário de receita entendeu que cumprimentar os fiscais de tributos do município era a última obrigação da cerimônia.
 
E tem mais: pompa e alienação foram complementadas por mais alienação. 
 
Chamado a se pronunciar, um pastor entendeu pertinente uma parábola sobre a parceria, embora o novo secretário aparentemente não queira parceria com os fiscais do município. Disse o pastor que Várzea Grande é a cidade industrial. E explicou que indústria prospera hoje na cidade: da prostituição, do crime, da droga e da pornografia. E para debelar o crescimento dessas quatro indústrias o pastor sugeriu uma parceria com Deus, a quem o homem tem esquecido. Sobre esta pareceria, a opinião do secretário não foi levada em consideração, mas a parceria com Deus parece proposta irrecusável mesmo para quem não quer parceria com fiscais municipais.
 
Depois do pastor, que propôs parábola de parceria onde não se buscava parceria, um fato chamou a atenção. Havia um aviso afixado na porta da Central de Arrecadação do Issqn alertando os contribuintes de que não haveria atendimento hoje, sexta-feira, 13/01/2012, das 10h00minàs 12h00min horas, exatamente o tempo que durou a posse do novo secretário. Significa dizer que o município parou de arrecadar para que o novo chefe arrecadador pudesse tomar posse. Significa dizer que o primeiro ato do novo secretário de receita foi parar a arrecadação do Issqn por duas horas. E o pior: aparentemente enganando o contribuinte alegando ser caso de manutenção do sistema.
 
E discursou o novo secretário. E de seu discurso aproveita-se apenas a penúltima frase, dirigida ao prefeito, a quem chamou de administrador incansável.
 
O novo secretário tem razão em alguns aspectos: Zaeli não se cansa jamais – é incansável! Errar o momento é um desses aspectos.
 
A Secretaria de Receita sofre há anos com a falta de investimento em pessoas e estrutura. Ainda assim a receita própria do município tem melhorado. O ex-secretário de receita, Marcelo Siqueira, mostrou capacidade de administrar conflitos em um ambiente extremamente conflituoso. E com a entrada dos novos fiscais aprovados no concurso a receita municipal tinha todas as condições para melhorar ainda mais sem que Zaeli buscasse outro secretário de receita.
 
Para felicidade do novo secretário Zaeli não errou em tudo, porque nomeou Marcelo Siqueira secretário adjunto.
 
 *Odacir Barros é contribuinte de VG.

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