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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Governo nega aperto, mas usa dinheiro de Fundos Sociais para pagar folha de servidores

Com poucos dias antes de quitar a última folha do ano, Executivo estadual lança mão de recursos especiais, mas próprio Governo, por meio da liderança na Assembleia, nega "aperto" para quitar pagamento de funcionários públicos


PAULO COELHO 


Mayke Toscano/Hipernoticias
Lider do Governo, deputado Romoaldo Júnior, defende utilização de recusros especiais para pagamento de servidores

Mesmo negando estar com a política salarial sob controle e já ter pago quase todos salários deste fim de ano, incluído o décimo terceiro, o governo não correr riscos e sem alarde, mobilizou sua base (maioria) na Assembleia Legislativa para aprovar proposta do Executivo que dá autonomia para "mexer" em até 30% nos Fundos Especias.
Conforme a Lei Complementar (LC) 452 de 20 de dezembro de 2011, publicada na terça-feira no Diário Oficial (DO), secretarias como a de Indústria, Comércio e Mineração (Sicme) e de Fazenda (Sefaz) são as que, nesse primeiro momento, lançarão mão desse incremento no caixa do governo.
“A Sicme poderá utilizar até 30% dos recursos arrecadados dos Programas (Fundos), para despesas de manutenção, inclusive para pagamento de pessoal e encargos sociais e demais despesas de custeio”, diz o parágrafo 4°, do artigo 1° da Lei Complementar.
Já no artigo 2° da LC, houve mudança na redação em artigo anterior que vedava a utilização em casos como pagamentos de despesas com pessoal.
“Fica instituído na Sefaz o Fundo de Gestão Fazendária (Fungefaz) destinado a prover recursos para pagamento de pessoal e encargos sociais, pagamento das demais despesas com custeio e investimento, incluindo encargos de capacitação, aperfeiçoamento, desenvolvimento e modernização das atividades fazendárias”, diz nova redação contida na LC 452.
Um outro Fundo destinado a programas sociais, o Fupis, também entrou no bojo. Com isso, já está “autorizada a utilização dos recursos do Fupis para pagamento de pessoal, encargos sociais e demais despesas de custeio”.
Segundo o líder do governo, Romoaldo Júnior (PMDB) “não tem nada demais” nessa Lei Complementar e que na verdade, o governo tem conta única e por isso quando precisar utilzar os recursos desses fundos, isso ocorrerá apenas momentaneamente.
Romoaldo também foi enfático ao alegar que “o governo não está apertado” e que uma prova disso seria a garantia já conseguida do pagamento dos salários e décimo terceiro dos servidores referentes a 2011.
“Muitas vezes , no fim do ano, o governo tem que ter uma margem em caixa e se ele usar, logo depois ele repõem”, justificou, apontando ainda como um dos causadores dessa Lei Complementar, a escassez de recursos financeiros verificado no caixa do Executivo, gerada pela crise internacional e pela Lei Kandir que, sozinha, teria dado prejuízos de R$ 200 milhões para o Estado.
AMEAÇA
Essa prerrogativa do Executivo de poder usar os Fundos Sociais, porém, pode ser tolhida pela própria Assembleia.
É que, como HiperNoticias já informou nos últimos, o deputado Carlos Avalone (PSDB) apresentou, neste fim de ano, um outro Projeto de Lei Complementar, justamente para impedir que o governo use recursos dos Fundos para quitar folha de pagamento.
Entretanto a matéria está "patinando" nas comissões regimentais da Assembleia e, mesmo que a Mesa Diretora a coloque-a em pauta, na volta do recesso, a partir de fevereiro, ela provavelmente não será respaldada pela maioria dos parlamentares, já que o líder do governo, Romoaldo Júnior, adiantou que orientará a base governista pela rejeição da proposta de Avalone. Não bastasse isso, o tucano também “sofre”com sua inconstância no cargo, uma vez que ele é suplente parlamentar. Ele deve voltar em 2012 já legislando, pois na última sessão ordinária de 2011, a Assembleia aprovou pedido de licença do titular da vaga, Guilherme Maluf, também do PSDB e que fica afastado do Parlamento por 121 dias. 


http://www.hipernoticias.com.br/TNX/conteudo.php?cid=8172&sid=169

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