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domingo, 18 de setembro de 2011

Jornalista Eduardo Gomes anuncia que não vai mais escrever artigos de opinião. Ele prepara lançamento da revista Mtaqui de setembro, que tem artigo deste blogueiro que mostra Cearazinho como destemido Demolidor da Corrupção

FONTE:http://paginadoenock.com.br/home/post/9700Página do Enock


Eduardo Gomes, a direita, com Fernando Parracho e Clóvis Roberto
Adriana Vandoni voltou mas o Eduardo Gomes está parando. Neste domingo, no Diário de Cuiabá, o jornalista Eduardo Gomes anuncia que vai, depois de abandonar seu blogue na internet, resolveu deixar de escrever, definitivamente, artigos de opinião. Ele garante, todavia, que continuará atuando no jornalismo 'que é a única atividade que exerço para meu sustento e de minha família.'
Sempre ácido em suas opiniões, e alinhado ao pensamento mais conservador deste Estado, Eduardo Gomes provocou alaridos, quando publicamente defendeu o golpe militar de 64 e partiu pro ataque contra o bispo emérito de São Félix do Araguaia, D. Pedro Casaldáliga. Acredito que, como o velho Silvio Caldas, Eduardo Gomes não vai aguentar ficar tanto tempo sem opinar - já que pra ele se preve uma vida longa - e terá que fazer outras despedidas deste tipo.

Repórter e editorialista do Diário, Eduardo Gomes também pontifica, atualmente, como editor da revista MTAQUI, que tem uma nova edição saindo do forno e poderá ser adquirida nas bancas de jornais na proxima semana, ao preço de 7,90 reais. Entre as atrações desta edição, uma avaliação do cenário eleitoral em Rondonópolis, um ano antes da eleição municipal. A revista fala também da candidatura de João Dorileo Leal a prefeitura de Cuiabá. Este blogueiro comparece com artigo dedicado a honrar o esforço de Antonio Cavalcante, o Cearazinho, em sua luta incansável contra a corrupção não em tese, mas no concreto, sempre aqui em Mato Grosso. Leia abaixo, o artigo-despedida do articulista Eduardo Gomes.


De bica
por EDUARDO GOMES


Jornalista se aposenta em busca de tempo para escrever artigos. Comigo será diferente: paro de escrevê-los como preparativo para a aposentadoria. Em nome dessa proposta, no próximo domingo deixo este espaço e – sem direito a recaída - abro mão de assinar conteúdo de opinião. No entanto, continuarei atuando no jornalismo, que é a única atividade que exerço para meu sustento e de minha família.

Agradeço a todos. Corro sem mágoas ao pijama. Compreendo que algumas pessoas se sentiram ofendidas com meu texto. A elas e aos que injustamente moveram ações judiciais contra mim estendo a mão da conciliação. Acredito na evolução do homem e por isso espero que a ira e o rancor que enfrentei em algumas situações não se repitam no amanhã com os articulistas. De igual modo creio na evolução da Justiça e essa crença me fortalece a ponto de perdoá-la por uma condenação com trânsito em julgado que sofri em julgamento à revelia, nesta Cuiabá onde sempre estou no ambiente de trabalho, em coletivas e no meu endereço fixo com identificação na lista telefônica e etc.

No primeiro passo da caminhada de volta pra casa não levo dourado currículo mostrando que assessorei ‘este’ e ‘aquele’, que sempre compartilhei do poder independentemente de quem o exercesse. Meu legado aos meus filhos é a causa que defendo em meus textos. Satisfaço-me com ela mesmo sentindo na pele a retaliação e trombando com as portas que essa manifestação da minha índole me fecha.

Infelizmente causa não é bandeira de todos. Lamento por Cuiabá, onde formadores de opinião costumam defender nulidades se deixando seduzir pelas luzes do poder e o brilho das moedas. Graças a Deus nunca adotei tal procedimento e, por isso, ao ficar ao lado desta quase tricentenária cidade sinto-me cuiabano verdadeiro, que é aquele muito além do ‘tchapa e crux’ e do pejorativo termo pau rodado, pois a alma da cuiabania nasceu do grupo liderado por Paschoal Moreira Cabral, brasileiro acima das questiúnculas provincianas.

No próximo domingo, com a graça de Deus escreverei o último artigo e o farei com o ímpeto do primeiro que se perdeu na curva das décadas. Se me perguntarem se valeu, direi que sim. Se quiserem saber se faria tudo de novo, responderei que não, muito embora respeite o jornalismo que exerço de cabeça erguida e que garante meu pão de cada dia. Confesso que o que me agrada é o imaginário de ouvir no meu peito o trote de um mulão que me leva pra lida com vaquinhas gir num sítio com uma bica de aroeira debaixo da minha janela ao lado do curral. Na próxima semana não falarei em saideira. Antecipadamente meu adeus.

Eduardo Gomes é jornalista

eduardo@diariodecuiaba.com.br

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