Cerca de 1.000 mil pacientes passam pelas máquinas de hemodiálises em Mato Grosso, e 600 pessoas estão à espera de um transplante de rim em Cuiabá. Pensando nisso, o Hospital Geral Universitário – HGU, em parceria com a Central de Transplante lançaram nesta sexta-feira (30), a Campanha do Cartão do Doador de Órgãos.
Segundo o diretor do HGU, João Ricardo Pedro, o transplante é, sem dúvida, a tão esperada resposta para milhares de pessoas com insuficiências orgânicas terminais ou cronicamente incapacitantes. É, sem dúvida, um procedimento médico com enormes perspectivas, porém impossível de ser executado sem a aceitação de uma população consciente da possibilidade, da necessidade e responsabilidade de depois da morte, destinar os seus órgãos para salvar vidas.
“Quando os funcionários do HGU procuraram a diretoria para falar sobre o projeto do Cartão do Doador, demos o total apoio para a realização deste serviço, pois necessitamos de conscientizar as pessoas num todo”, afirma João.
Para a enfermeira, Greice Evaristo Martins, do Núcleo de Educação Permanente de Transplante, esta campanha é importante porque a legislação de doação de órgãos e tecidos no Brasil, só permite a doação após a morte, se autorizada pelos familiares.
“Por isso, o cartão do Doador representa o desejo em vida, para que a família se conscientize e autorize a doação. O cartão é personalizado com as principais informações do doador, onde o mesmo manifesta a doação dos órgãos”, avalia a enfermeira.
Greice ressalta que até agosto deste ano, já foram realizadas 177 transplante de córneas no Estado de Mato Grosso, foram captados dois fígados e quatro rins que foram enviados para a Central Nacional de Transplantes.
Para os funcionários do HGU, Herinea Coleta e Felipe Melo, que são os idealizadores pela Campanha do Cartão Doador em Mato Grosso, destacam que não basta você querer ser um doador de órgãos se a sua família desconhece o seu desejo. “A sua família também precisa saber, pois são eles que vão autorizar os médicos a fazer o transplante de seus órgãos para salvar outras vidas. Diga em casa, para seus amigos, para todo mundo que você quer ser um doador”, afirmam.
Felipe informa que o cartão de doador e o cadastro que disponibilizamos no HGU, não substituem a manifestação da família, mas é um importante símbolo de sua vontade que poderá ajudar em um momento de tomada de decisão. Parte das famílias que não autoriza a doação dos órgãos de um ente querido age assim por desconhecer a opção do falecido.
Herinea destaca que não é necessário nenhum registro em documento. Basta deixar a família avisada. Ela vai considerar isso como último desejo e autorizar a doação.
Dez anos na fila de espera, três longas sessões de hemodiálise por semana e picadas diárias nos dedos para medir a glicose não tiraram o otimismo do seu Antonio Cordeiro, 56 anos, de conseguir um transplante de rim. “É muito difícil você ficar esperando um doador durante 10 anos e saber que a qualquer momento você pode morrer, devido às complicações renais.
“Espero que o Poder Público possa tomar alguma providência e reativar os transplantes de rim no Mato Grosso. Porque muitas vezes eles acham que os hospitais devem fazer estes procedimentos, mas sem verbas é impossível. Então aproveito e faço um apelo ao poder público, que olhem mais para este serviço e invista mais na saúde”, concluiu.
Os interessados em fazer o cartão doador, devem procurar o setor comercial do HGU e solicitá-lo, porque o cartão é totalmente gratuito.
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