Em junho de 2011, os vereadores de Várzea Grande rasgaram o regimento interno da Casa de Leis, após realizarem uma eleição para escolha do novo vice-presidente. Na ocasião, o vereador João Madureira (PSC) renunciou o cargo de presidente - biênio 2011/2012, e com sua renúncia, automaticamente o cargo de presidente ficou para o primeiro vice-presidente Antonio Gonçalo de Barros popular Maninho de Barros (DEM).
No entanto, os parlamentares ignoraram o Regimento Interno da Câmara que designa o segundo vice-presidente para ocupar o cargo de primeiro vice-presidente, e fizeram nova eleição para escolher o substituto de Maninho. O suplente de vereador Charles Caetano (PR) foi o eleito por unanimidade (12 votos). Porém, quatro meses após a eleição, em outubro de 2012, Charles abandonou a suplência para atuar no Núcleo da Defensoria Pública de Rosário Oeste, e desde então, a Câmara ficou sem primeiro vice-presidente.
O que chama a atenção, é que na época que foi feita a eleição, os vereadores contestaram até o último segundo, afirmando que estavam regulamentados pelo regimento interno. Porém, caíram em contradição, após o cargo ficar vago e despercebido pelos mesmos há quase quatro meses. Ou seja, ficou evidente que naquela ocasião os interesses políticos falaram mais alto.
O golpe - Quem não se lembra das declarações do vereador Antonio Cardoso (PSD), que em dezembro do ano passado declarou a reportagem do VG Notícias que no afastamento de Murilo Domingos (PR) e do então vice-prefeito, Sebastião dos Reis Gonçalves popular Tião da Zaeli (PSD), seus colegas de parlamento tentaram dar um grande golpe para o comando de Várzea Grande ficar nas mãos do DEM e PR. Ou seja, o atual presidente Maninho que na ocasião das eleições da Mesa Diretora ainda estava filiado ao DEM, assumiria a Prefeitura municipal e o vice-presidente, Charles Caetano (PR) assumiria a Câmara de Várzea Grande.
Só existe um slogan e uma matéria certa: a Câmara deu um golpe para tomar o poder, não foi para cassar o Murilo, veio o Madureira, super incompetente, mas não era para ele, era para o PR e o DEM comandar, acusou Cardoso na época.
O que diz O Regimento - De acordo com o Regimento Interno da Casa de Leis, em seu Capítulo III que trata da substituição da Mesa, o primeiro e o segundo vice-presidente são justamente eleitos para suprir a falta ou impedimento na ordem respectiva e sucessivamente, ou seja, o primeiro assume a vaga do presidente e o segundo a vaga do primeiro.
Confira o que diz o artigo 22 do Regimento Interno: Art. 22 - Para suprir a falta ou impedimento do Presidente em Plenário, haverá um 1.º e um 2.º Vice-Presidente, que o substituirão na ordem respectiva e sucessivamente. 1º.ao 1º Vice-Presidente compete também, substituir o Presidente, fora do Plenário em suas faltas, ausência e no caso de impedimento ou licença, será o mesmo investido na função de Presidente. 2º. compete ao 2.º Vice-Presidente substituir o 1.º Vice-Presidente, nas suas ausências, licenças e impedimentos.
Com isso, se fosse seguir o Regimento Interno, ao invés de interesses políticos, a nova mesa diretora deveria ficar da seguinte forma: presidente: Maninho de Barros (DEM), primeiro vice-presidente: Domingos Sávio Pedroso de Barros (PR), segundo vice-presidente ficaria vago, e Wanderley Cerqueira (PR) e Hilton Gusmão (PV), como 1º e 2º secretário respectivamente.
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